Dia 02.05 uma notícia chocou o Brasil: não falo de crise, falo do bloqueio de um aplicativo.

Lembro da época que eu tinha 15 anos e a “moda” era ficar o tempo livre inteiro escrevendo besteira no Twitter.

Interagíamos com as TAGs da MTV, fazíamos hashtags subirem aos TTs em pouco tempo, bloqueávamos as contas por postar mais de 200 tweets por hora…  Era tanta coisa que as vezes o servidor caía e todos ficavam sem poder fazer nada.

Esses momentos onde não se tinha o que fazer, eram os momentos onde todos viam a quantidade de coisa desinteressante e desimportante que era postada. Os tapas na cara bancados pela vergonha doíam mais do que facadas… Apagávamos as coisas feias, seguíamos a vida e meia hora depois as mesmas coisas estavam lá novamente.

Um belo de um jogo vicioso, isso sim.

O tempo foi passando, a moda virou MSN. Todos queriam estar online, chamar atenção, ter emoticons e responder na hora. Ter muitas conversas abertas ao mesmo tempo? Eita pessoa com muitos amigos…

Quando a internet caía, o drama era de longe o mesmo. A pessoa “largava de mão” (como dizem os gaúchos) e desistia de ficar ao lado do computador. O resultado? Ainda era feito algo produtivo.

Os tempos mudaram: entrou em cena o celular. O queridão entre todas as pessoas. Aquele ser que dá crises de pânico quando some. Aquele que gera lágrimas quando o display quebra e as piores reclamações quando trava ou quando a câmera resolve não focar direito. O típico maldito que todo mundo ama.

Minha colega de serviço tem entre 60 e 65 anos e os filhos dela incentivaram a comprar um celular. Ok, ela comprou. Ela então veio com a pergunta: vale a pena baixar o tal do Whatsapp?

Eu como usuária do app disse que é algo super interessante, bom para manter um contato mais ativo com os amigos e a família em geral (ainda mais quando a família vive afastada). Você pode:

  1. mandar imagens;
  2. vídeos;
  3. notícias;
  4. links;
  5. contatos;
  6. conversas longas escutando a voz de quem gostamos,
  7. diálogos intermináveis…

tudo de graça.

Nisso entrou minha chefe dizendo que o app era algo que nos fazia perder tempo.

Ela que é alguém que mede as palavras que usa, acabou assustando a todas as pessoas presentes na sala. Minha colega de serviço fez aquela cara de “ponto de interrogação” e pediu explicações.

E lá veio:

  1. se é de graça você não pensa duas vezes o que escreve;
  2. você enrola horas para explicar algo que poderia ser resolvido em questão de minutos;
  3. o celular se torna algo indispensável na sua vida;
  4. a bateria descarrega com velocidade incrível (também, o celular fica o tempo todo na mão);
  5. todos espalham correntes de coisas irrelevantes;
  6. qualquer pessoa com o acesso ao seu número de celular pessoal pode ver se você tem o app e te escrever.

Claro, minha colega ficou tão impressionada pelo lado negativo que nem quis saber de gastar a memória com algo que querendo ou não tirasse sua privacidade. Os filhos que se danem, mas ela não irá baixar algo que poderia lhe enviar constantemente fotos lindas dos netos pequenos ou vídeos bonitos dos filhos.

Agora eu venho com meus questionamentos:

  1. Imagina se minha colegas (e chefe) vissem o que é, e como funciona o Snapchat;
  2. Privacidade é uma coisa, deixar de se comunicar é outra;
  3. Imagina se as tias que estão presentes naqueles grupos familiares tivesem que pagar pelos “bom dias” e as correntes religiosas/de dinheiro/beleza/piadas sem graça… acho que aí teria panelaço na frente de casa;
  4. Vendo toda essa situação eu vejo: reclamar é o que move o mundo da internet…

Você sofreu com o bloqueio daquela vez ou foi um daqueles que riu da cara dos amigos fazendo drama? Eu assisti aqui de camarote e vi toda a discórdia…

O que acham disso? Me escrevam!

Auf Wiedersehen!

Escrito por

Bruna Both

Blogueira oldschool. Fui por anos autora do blog Divergências Vitais que se transformou agora em Fala, Catarina. Aqui falo sobre reflexões, assuntos bacanas e design, que está sendo uma das minhas grandes paixões.