No início desse ano de 2018 eu peguei tempo para organizar o blog de dentro para fora. Olhando para o montante de conteúdo que eu postei, vi várias postagens que mais pareciam conversas entre mim e quem está lendo. Como era divertido e interessante o que aparecia por aqui!

Quando fui ver, estava lendo posts a respeito do ano social/voluntário que eu fiz em um asilo em 2016 e notei que um assunto eu não tinha comentado: a empatia.

No dia-a-dia é normal ver em redes sociais pessoas pedindo “mais amor, por favor” e coisas do gênero. Mas será que conseguimos pedir mais amor para todas as pessoas e conseguir isso mesmo em troca?

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No seminário obrigatório onde eu tinha que ir durante o voluntariado, falávamos sobre vários assuntos e no meio de pequenos projetos nós discutíamos a respeito de temas que envolviam o projeto.

As turmas quase sempre tinham de 20 a 30 alunos, todos vindo de algum canto dos 2 estados do sul da Alemanha (Baden-Württemberg e Bavária) e trabalhando em diferentes áreas do trabalho social: asilos, creches, orfanatos, hospitais, bibliotecas e etc. Nós discutíamos também a respeito do que não achávamos certo no local de trabalho e os nossos problemas.

Um dia, o caso que eu tive que ajudar a explicar era bem interessante e estava diretamente ligado ao local onde eu trabalhava: a forma que nossos neurônios reagem a estímulos de repulsa, nojo, tristeza e vergonha.

Assim até pode parecer normal a questão de pensar e criar emoções, mas já se perguntaram quanto a empatia vem nesses casos?

Exemplo 1:

Você está caminhando em uma rua e do nada esbarra em alguém. Essa pessoa olha para você e sorri. Você sorri de volta, pede desculpas e vai embora. Fácil, não é? Empatia.

Exemplo 2:

Você está sentado e alguém mal humorado vem em sua direção. No meio do caminho ela tropeça e você não se sente mal por isso. Sente que ela mereceu tropeçar, somente por ter te olhado de forma estranha. Isso é o cérebro falando “bem feito!”. Percebe-se que falta empatia nessa situação.

Nós lidamos muito melhor com pessoas que gostamos e admiramos. Trabalhar com pessoas assim se torna fácil e divertido, pois sabemos que a pessoa é bacana. O ruim disso é que muitas vezes armamos barreiras com pessoas que não são assim… não nos interessamos pelas pessoas “ruins” e “chatas”.

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Imaginem meu emprego na época. Eu tinha que conversar, jogar jogos, dar de comer para uma grande parcela dos 72 moradores daquele asilo. Tinha aqueles pacientes que eu gostava e tantos outros que eu não sabia o que fazer com eles, pois faltava empatia. É certo eu deixar eles de lado só por esse detalhe?

Me diga você, o que você acha desse tema? Já passou por isso uma vez? Acha que existe uma forma de aprender a lidar com a falta de empatia?

Me escreva nos comentários!

Escrito por

Bruna Both

Blogueira oldschool. Fui por anos autora do blog Divergências Vitais que se transformou agora em Fala, Catarina. Aqui falo sobre reflexões, assuntos bacanas e design, que está sendo uma das minhas grandes paixões.