6 de fevereiro, 6:00 a.m.

Todas as vezes que eu tenho um vôo em frente, sempre prometo a mim mesma que não vou levar muita bagagem de mão. Na minha cabeça, quanto menos malas, bolsas, casacos e afins, mais elegante a pessoa parece em aeroportos. Mas quem disse que eu nasci pra ser elegante?

Dona Bruna foi mais uma vez ao aeroporto de Munique munida de uma mala de mão com 8kg, uma bolsa atochada com mais de 4kg (que não entraram mais na mala), uma pochete nada fina e um travesseiro com fronha laranja.

Ninguém no avião inteiro estava com tanta bagagem de mão como eu. Mas sabe, isso só torna tudo mais engraçado…

Meu plano de Munique até Lisboa era o de dormir, mas dormir muito. Mesmo sendo somente um voo de três horas, eu queria me repor para poder continuar a minha trajetória. Qual foi meu destino? O assento do meu lado estava vago, mas nos outros dois do outro lado do corredor estavam 2 homens bonitos.

Na hora me lembrei do dia que voltando para Munique um rapaz lindo estava do meu lado. Lindo, porém fedorento. Dessa vez, o caso era bem diferente. Os dois homens exalavam perfume. E que perfume…

O cara número 1 (do corredor) se vestia com um estilo que eu só definiria como francês: calça caqui, um suéter de gola alta, um paletó estiloso e um daqueles cachecóis com listras. O sapato era outro caso a parte… mas o que mais chamava a atenção era o sorriso. Que carinha simpática, até abrir o jornal e fechar a cara. Dois minutos depois, dormiu e começou a babar. O sono estava tão profundo que quando decolamos ele nem acordou.

Já o outro… se eu olhava da janela pra fora, ele olhava também. Se eu cruzava a perna, ele fazia o mesmo (mesmo não tendo tanto espaço como eu). Se eu dava uma risadinha, ele ria como um bobo. Já contei que ele era lindo? O sujeito 2 (da janela) era um colírio.. Com cabelos até quase os ombros, bronzeado, dentes brancos, camisa com os primeiros botões abertos, até lembrava o cantor Hozier. Sempre amei os cabelos do Hozier, mas os do cara do avião eram quase mais bonitos.

Mesmo achando que eu nunca conseguiria dormir com um cara desses do meu lado me olhando, o vinho que me foi servido me ajudou a apagar. Apaguei tão bonito que acordei o “puf” da aterrizagem. Quando voltei a mim e consegui me levantar para pegar as bagagens, vi que os dois já tinham conseguido pegar as malas e sair. Fiquei toda chateada, pois não consegui nem dar tchau (como se eu fosse ter feito isso).

6 de fevereiro, 8:00 a.m. (horário de Lisboa)

Saí da aeronave, segui o fluxo de pessoas e me perdi por uns minutos dentro do aeroporto. Do nada alguém pega a minha mão. O bonitão 2 (da janela) queria saber se eu seguiria viagem para a Itália, assim como ele. Quando eu disse que ia para o Brasil, ele beijou a minha mão, fez cara triste e foi embora. Todos os que viram a cena deram risada. EU TAMBÉM. Ele também.

Com uma cena dessas na minha cabeça, minha viagem já tinha rendido mais do que toda a minha vida. Achei meu destino, brinquei com a polícia portuguesa e fui esperar meu próximo voo. Sem nenhum atraso, eu decolei em direção a Porto Alegre, minha amada capital. Novamente, o assento ao meu lado estava vago e do outro lado do corredor, um rapaz bonito.

Mas não, essa história não se repetiu… Coisas como essa não acontecem duas vezes na vida e muito menos em sequencia.

Mas as risadas que ficam, ah como elas são boas.

6 de fevereiro, 21:00 p.m. (horário de Brasília)

Cheguei bem e me sinto bem.

No momento, uns dias depois de ter voltado, só posso dizer que estou feliz em estar aqui e contente que tudo deu tão certo. Agradeço a todos que acompanharam meu retorno e mandaram mensagens positivas. Agora o blog vai voltar a ser postado em terras brasileiras.

Era isso! Até a próxima!

Escrito por

Bruna Both

Blogueira oldschool. Fui por anos autora do blog Divergências Vitais que se transformou agora em Fala, Catarina. Aqui falo sobre reflexões, assuntos bacanas e design, que está sendo uma das minhas grandes paixões.