Oi pessoal!

Na minha vida eu já me mudei algumas vezes de casa. Nem todas eu tive tempo para digerir a mudança… sempre dando aquela sensação de saudade, de não ter aproveitado bem o lugar enquanto eu tinha o tempo. Eu lido muito com essa sensação na minha vida, tenho que confessar.

Tenho dificuldade de me habituar em alguns cenários e quando acostumo, tenho mais ainda em “soltar”. Acho muito difícil me distanciar de coisas, pessoas e lugares que eu aprendi a amar.

Uma vez ouvi algo do tipo “quem vai, acaba deixando um pedacinho de si onde permanece… por isso nunca mais consegue se sentir completo“. A frase não era assim, mas era esse o sentido. Eu deixei um pouco de mim na casa onde eu morei brevemente na minha infância, um pouco de mim na casa dos meus avós (onde eu vivi grande parte da minha vida), na casa onde morei enquanto fui Au-pair na Alemanha, na casa da minha mãe e do meu padrasto na Alemanha também… fora tantos outros lugares que passei muito tempo e que hoje em dia não consigo visitar mais com a frequência que eu queria.

Agora tenho mais um lugar para essa lista: o apartamento de 38m² que eu morei nesses últimos dois anos. Pequeno, mas aconchegante.

A circunstância que me fez ir para lá foi uma das melhores coincidências da minha vida. Tudo se alinhou para que eu conseguisse ir para lá naquele momento específico. Consegui uma oferta de trabalho na terça-feira, quinta-feira fiz o exame admissional e na outra segunda-feira comecei a trabalhar. No sábado, depois da minha primeira semana de trabalho, eu levei minhas coisas para o apartamento. Primeira vez morando 100% sozinha. Primeira vez tendo todas as responsabilidades de casa (e boletos) 100% pra mim. Primeiro trabalho CLT que parecia mesmo ser de verdade, que consegui a vaga não por ter sido a única opção, mas por ter sido a melhor opção.

Foi muita coisa para digerir em pouco tempo. Fora que naquele final de semana da mudança, foi quando eu conheci pessoalmente o E. (que acabou virando meu namorado uns meses depois). MUITA COISA para uma Bruna só. As vezes penso que eu não tive momentos para poder desmoronar e chorar de frustração e medo, porque eu sempre estava correndo para dar conta de tudo. Foi pesado em alguns momentos, mas foi transformador pra mim.

Eu demorei muito tempo pra ir conseguindo ver aquele apartamento como sendo “meu lar”, “meu apê”. Parecia ser sempre do proprietário, não interessava quanta coisa minha eu colocava nele.

Acreditam que eu só consegui realmente me sentir em casa em dezembro do ano passado, quando eu rasguei um ligamento no meu tornozelo e acabei recebendo um atestado médico de 10 dias? Então… foi a primeira vez que eu pude curtir o apê por tantos dias seguidos e como meu cantinho de segurança.

Agora que tudo estava começando a se alinhar na minha cabeça, eu e meu namorado decidimos juntar nossas coisas. Não foi por nenhuma obrigação, mas por decisão conjunta… por querer sair. Estou tendo mais tempo de digerir a saída, mas ao mesmo tempo a sensação de “Bruna, tu deveria ter curtido o apê muito mais” ainda bate. TODO DIA!

Na adolescência ninguém te conta o quão frustrante a vida adulta pode ser. Como é quando você quer visita de amigos e familiares na sua casa, mas fica difícil alinhar agendas e tempo livre. Como é cansativo trabalhar o dia todo, organizar a casa, descansar e ainda ter a bateria social cheia para conseguir interagir com mais pessoas.

Queria desabafar… acredito que você que está lendo provavelmente já passou por essa sensação também, nem que seja só 1x na vida.

fé no processo, que o resultado vem

Quando eu entrei no apartamento antigo, não mudei a cor de nenhuma parede e nem pendurei muitos objetos meus na parede, por medo de estragar o apartamento. Os furos e objetos pessoais começaram a vir só depois… não é por nada que eu não conseguia sentir aquele apartamento ‘meu lar’. Agora pensamos em algo bem diferente… já pintar e colocar detalhes nossos no momento de entrada no apê. Optamos pela cor “Capim cidreira” da Suvinil e ficou bem mais alegre e festivo do que achamos quando vimos o catálogo de cores.

Quando bate o sol fica um tom TÃO gostoso… dá uma sensação de alegria, de aconchego!

Detalhe especial pro Fusca “Poderoso” que levou muuuuuuitas caixas e móveis pra lá e pra cá

Isso não é nem a ponta do iceberg de tudo o que fizemos pra essa vontade se tornar real. Assim como eu disse no título: se mudança fosse fácil, todo mundo faria sempre 😜

Uma das minhas grandes vontades desse ano 2023 é ser mais social. Ver mais amigos, receber mais gente em casa, estreitar laços com pessoas especiais… acho que com o mindset (e o lugar novo), isso finalmente vai dar certo.

Desculpa a bagunça, mas coisas boas estão acontecendo por aqui hahaha

Abraços

Escrito por

Bruna Both

Blogueira oldschool. Fui por anos autora do blog Divergências Vitais que se transformou agora em Fala, Catarina. Aqui falo sobre reflexões, assuntos bacanas e design, que está sendo uma das minhas grandes paixões.