Uma vez, na época que minha maior preocupação era não perder os programas de música da MTV, lembro que eu vi que uma banda alugou um país europeu para a gravação de um videoclipe. Na minha memória, lembro que eu fiquei chocada, pois imaginava que todos os países europeus eram grandes e impossíveis de alugar.

Não lembro mais da música, não lembro mais do país, mas o que interessa é que eu quero falar de um país pequeno e que mesmo não tendo sido esse o país do clipe, tem uma história super bacana mesmo assim.

Senta que lá vem história…

No final do ano de 2017 eu optei por cancelar meu visto de estudante na Alemanha e decidi voltar para o Brasil. A partir daquele dia eu tinha o período de 3 meses para voltar para o Brasil, então tentei aproveitar ao máximo os meses que ainda tinha na Europa para curtir momentos especiais com pessoas especiais.

Como eu tinha amigos morando em Liechtenstein e meu aniversário de 22 anos estava chegando na metade de janeiro de 2018, pensei que seria o melhor momento para curtir essa data fora de casa. Resolvi ir com uma amiga minha para lá.

A conexão da minha casa até Liechtenstein custou cerca de 35 euros na época (indo de trem e ônibus) e foi super tranquila.

Liechtenstein em si não tem muito o que fazer de noite, mas o que me surpreendeu é como existem cidades um pouco maiores em uma distância pequena. Saindo de Mauren (pequena cidade de Liechtenstein onde estávamos hospedadas), chegamos a Buchs (na Suíça) em questão de um pouco mais de 10 minutos de carro.

Mas Vaduz é a cidade em questão do post, não é?

Como tínhamos somente um dia para conhecer as três cidades que eu citei acima, estabelecemos prioridades. O plano era aproveitar, sem ficar correndo de um lado para o outro – o que é uma ideia bem sensata quando se está entre pessoas que não se conhece bem. Fomos eu, a minha amiga, o namorado dela e um colega dele de trabalho dele.

Vaduz, a pequena e doce Vaduz, é a capital de Liechtenstein. Para terem noção, esse pequenino país tem 25km de comprimento e 12km de largura, bem pequeno em comparação com a Áustria e Suíça (países que fazem fronteira). Vaduz como capital não é nem mesmo a cidade com mais habitantes do país, perdendo para Schaan.

Mas é linda, um tesourinho…

Algo que chama logo a atenção ao se chegar nos arredores da cidade é o castelo construído nas colinas. Ele fica na parte alta da cidade, cercado de uma vista linda. De acordo com que eu fiquei sabendo, em 1322 o castelo já havia sido nomeado em registros e provavelmente seria mais majestoso atualmente se não houvesse sido saqueado pelos suíços em 1499.

Por fora parece um forte, com um estilo que não se parece com os outros castelos que eu mostrei aqui e aqui.

Resumindo: só dá para ir até essa parte externa do Castelo (como na foto acima) e olhar por dentro desse arco se nenhum guarda estiver por perto. Não pode entrar pelo portão.

Uma curiosidade bem legal é que os membros da família principesca de Liechtenstein são uns dos mais acessíveis do mundo. Como eles moram dentro desse Castelo, não é difícil ver eles entrando e saindo de lá de carro. Turistas e moradores locais podem vê-los frequentemente andando pelas ruas e fazendo compras…

Achei muito divertida a ideia de cruzar com o príncipe na fila do pão 😂

A cidade de Vaduz está preparada para receber turistas que querem conhecer o Castelo, tendo várias placas indicando onde tem uma trilha de acesso. Subindo a trilha, que é relativamente curta (30 minutos), além de curtir a vista dá para também aprender mais sobre a origem da cidade e da família real por meio de placas e estátuas.

Em questão de turismo, a cidade oferece mais umas opções de lugares interessantes. Além de bancos importantes (que fazem com que Vaduz seja considerada uma das capitais dos paraísos fiscais mais prósperos do mundo), também tem lojas famosas, a Casa Vermelha de Vaduz (primeira casa da cidade) e museus como o Museu de Artes Decorativas que contém a coleção de arte do príncipe, um Museu de Selos Postais, onde os turistas podem obter selos oficiais do Liechtenstein e o National Museum, com coleção histórica de itens europeus.

Lembram que eu citei das prioridades? Nenhum desses lugares que eu citei fazia parte disso, só fomos no castelo mesmo 😜

Perto da Prefeitura da cidade tinha uma pista de patinação do gelo. Nos sentimos como em filmes de Natal americanos e entramos, mesmo sem saber patinar. Imaginem a comédia… o funcionário até nos entregou esses ursinhos que normalmente são emprestados para crianças, pois não conseguíamos ficar de pé sem nos segurarmos nas bordas.

Curtimos a pista, tomamos um café delicioso, fomos em lojinhas bonitinhas e seguimos nosso passeio. Ainda que a cidade não tenha acesso por trem, tem excelentes conexões de ônibus com Schaan e a estação de trem de Buchs na Suíça. Foi muito fácil se deslocar com transporte público e não tivemos problemas com pagamento em euros, já que a moeda oficial deles é francos suíços. Nota 10 pra experiência lá.

Para quem está de passagem na região, Vaduz merece uma visita. Quero muito retornar um dia e descobrir onde consigo carimbar meu passaporte.

O que você achou do lugar e do post?

Abraços, Bruna.

Escrito por

Bruna Both

Blogueira oldschool. Fui por anos autora do blog Divergências Vitais que se transformou agora em Fala, Catarina. Aqui falo sobre reflexões, assuntos bacanas e design, que está sendo uma das minhas grandes paixões.