Era eu, uma menina solitária que queria amigos. Era eu, aquela que desistiu de tentar somente agradar quem não merecia e se jogou no mundo dos livros. Era eu, gostando de coisas que todos consideravam entediantes. Era eu também, que queria passar por aquela fase e ser “grande”.

Queria ser maior para não precisar me importar com o que achavam de mim, queria ser maior para que ninguém olhasse para mim e sentisse pena por eu ser gordinha, queria ser maior para poder me sentir mais mulher sem que recebesse comentários de “nossa como você é nova para usar delineador”.

Era eu, mas poderia ser qualquer menina nesse mundão afora. Nenhuma criança quer ser criança mais, mas uma hora você cresce e pensa: porque eu quis tanto virar adulto?

Acho que todos que já tiveram que sair de casa já pensaram milhares de vezes nisso. É tão mágico entrar em casa e ver tudo arrumado, limpo, roupas em perfeito estado, flores lindas no jardim, porém nada daquele clima “casa de mãe” se fez sozinho… As flores não se regam por conta, o jardim vira mato em questão de meses, a casa não se torna habitável sem muito esforço.

Morar sozinho ou ter todas as funções de limpeza e organização para si mesmo é algo que merece atenção constante. Se você não arruma, ninguém arruma. Ninguém virá falar “hey, faça suas coisas que assim está feio”…

Você terá que descobrir a hora de acordar, cozinhar, se arrumar e sair.

Chegará um momento que tomar banhos rápidos e sair desligando as luzes será algo automático. Fazer contas, planejamentos e ainda ter vida social? Quase impossível. E conciliar estudos, trabalho e lazer? Nem se fale.

RESPONSABILIDADE é quase sinônimo de ser “gente grande”.

 

Escrito por

Bruna Both

Blogueira oldschool. Fui por anos autora do blog Divergências Vitais que se transformou agora em Fala, Catarina. Aqui falo sobre reflexões, assuntos bacanas e design, que está sendo uma das minhas grandes paixões.