Ela caminha pela casa com um vestido longo, pés descalços e alma livre. Os cabelos balançam enquanto ela dança suas baladas no meio da cozinha. Naquele momento não existia sofreguidão, somente um bem-estar incomparável. O celular toca e ela nem demora muito para abrir seu maior sorriso. Já feliz, aquela ligação só a fez transbordar.
Aquela ligação não era ligação de preocupação, mas sim de saudade. Saudade do barulho gostoso da respiração do outro, saudade da risada frouxa, saudade dos comentários amigos e das reprimendas danadas. Saudade de escutar aquela voz.
Aqueles que só se diziam amigos estavam grudados um ao outro pela tecnologia, não pessoalmente. Mas a alma, ah, ela estava unida como se nunca tivesse estado separada. A conexão não era só por meio de um celular, mas por meio de algo muito maior.
Alguns ainda diziam que se sentir assim se associava ao tempo e ao clima, mas mal sabiam eles que o coração não se deixa influenciar pela chuva ou pelo sol.
Era ela de vestido longo parada com a porta entreaberta pegando chuva. Era ele olhando o céu estrelado, escorado em uma janela. Os olhos brilhando e o coração quase saindo pela boca. Depois de um adeus que não queria ser adeus, a ligação é interrompida. Pausa para repensar na situação.
O que será que está acontecendo?
A ligação terminou, mas essa história nem de longe não.
[…] Algo sobre EleAlgo sobre Eles […]
[…] Algo sobre ElaAlgo sobre Eles […]